Conhecimento de si mesmo

Conhecimento de si mesmo 

Os adultos geralmente não lêem revistas em quadrinhos, mas algumas
delas trazem ensinamentos profundos, de maneira lúdica e inteligente.

Com desenhos bem feitos e cores vivas, os personagens criados pelos
artistas vão passando lições de filosofia e conceitos importantes para
a formação de uma geração mais consciente.

Por vezes, numa única página encontramos grandes lições.
E uma dessas começa com o personagem chamado Horácio, um pequeno
dinossauro verde, que caminha por entre as rochas e de repente se vê
diante de um grande espelho.

Olha para sua imagem refletida diante de si, e algo lhe chama a
atenção.Depois de uma observação atenta, exclama para si mesmo:
“perninhas curtinhas…

Olha mais detidamente e pensa: “bracinhos minúsculos!”Uma olhada a mais e se dá conta: “olhos esbugalhados e um cabeção enorme!”
Observa-se um pouco mais e depois se vai, feliz da vida, pensando consigo mesmo:
“Ah, tudo bem! Deve ser um daqueles espelhos que deformam a gente!”
* * *
Nós também nos deparamos constantemente com o espelho da nossa própria
consciência, que não só aponta as nossas deformidades morais, como
indica a melhor conduta que deveríamos adotar.

Quando não é o espelho da consciência, são as pessoas que convivem conosco que nos falam sobre os nossos defeitos.
No entanto, muitos de nós fazemos como Horácio, damos as costas e dizemos que a deformidade é culpa do espelho.
Quando a consciência nos alerta sobre a inveja que enfeia a nossa
imagem, nós nos desculpamos dizendo que o outro não tem direito ou
merecimento, e que fomos preteridos pela divindade.
Se o ciúme projeta uma imagem deformada e o espelho íntimo nos assinala
o problema, dizemos que é excesso de amor ou bem-querer, e que temos o
direito de exigir posse exclusiva.

Se a avareza mostra sua face distorcida em nosso espelho íntimo,
conformados, nos consolamos: “sou apenas econômico e previdente!

Quando o orgulho alardeia sua soberania, e a consciência faz o alerta, a desculpa surge de imediato: “em mim só há dignidade!”

Mas se as nossas deformidades morais são apontadas pelos outros, que
são nossos espelhos externos, nós dizemos que isso não passa de inveja,
ciúme, despeito…

Não há dúvida de que o auto engano é uma realidade, e ocorre em nível
inconsciente, mas existem maneiras de verificar se nossa conduta está
ou não equivocada.
Também não há dúvida de que o autoconhecimento é a chave do progresso individual.

Para quem deseja realmente se autoconhecer, para fazer em si a reforma
moral necessária à felicidade eterna, eis algumas dicas do grande
filósofo santo agostinho:

Quando estiver indeciso sobre o valor de uma de suas ações, pergunte como a qualificaria se fosse praticada por outra pessoa.

Se você a censura noutrem, não a poderia ter por legítima quando for o
seu autor, pois Deus não usa de duas medidas na aplicação de sua
justiça.

Procure também saber o que dela pensam os seus semelhantes e não despreze a opinião dos seus inimigos.
Os inimigos nenhum interesse têm em mascarar a verdade e deus muitas
vezes os coloca ao seu lado como um espelho, a fim de que seja
advertido com mais franqueza do que o faria um amigo.

Todo aquele que se sinta possuído do desejo sério de melhorar-se, a fim
de extirpar de si os maus pendores, como do seu jardim arranca as ervas
daninhas, deve indagar a sua consciência sempre e sem receio de ouvi-la.

É justo que se gastem alguns minutos para conquistar uma felicidade eterna.
Não trabalhamos todos os dias com o objetivo de juntar haveres que nos
garantam repouso na velhice, que geralmente é cheia de dores e
sofrimentos?
Seguramente valerá muito mais a pena investir alguns esforços para conquistar a felicidade sem fim.
 Pensemos nisso! 





Programa Novos Rumos


(Equipe de Redação do Momento Espírita com base no item 919, de O Livro
dos Espíritos, de Allan Kardec.- http://www.momento.com.br/pt/ler


 

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